Luciérnaga

Delicadeza deitou-se na grama 
aos pés da Grande Árvore 
que a acolheu com o cheiro fresco e úmido que emanava.

Sentiu o chamado e ali estava. 
Precisava receber a mensagem e estava ciente de que 
não seria através da linguagem usual, 
restritamente humana.

Não seria uma conversa, sabia. 
Interação, seria.

Aceitou o silêncio 
e a espera de fazer-se sensível. 
Conseguiu unir-se a Terra. 
Era terra. 
Respirava com a Terra.

Aconchegou-se dentro da terra, 
sentiu seu frescor. 
Começava a interagir com Quimera, 
da mesma forma com que um toque suave na pele 
pode tanto dizer a quem ama.

Era noite.

Delicadeza sentiu Quimera.
Delicadeza amava tanto Quimera!
Delicadeza sentiu Quimera triste.

Quimera emanava desejo de se transubstanciar para Delicadeza.
Quimera desejava ser palpável para Delicadeza.
Quimera amava Delicadeza.

quimera...

Delicadeza uniu-se a um vaga-lume 
e deixou nele amor.
Vaga-lumes concebem quimeras.

Vagou a luz, vaga-lume,
Levou o amor de Delicadeza
para Quimera.

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