Caminhos abertos à sua frente

Eu tinha o hábito de voltar atrás no caminho sempre que encontrava dificuldades. 

Ouvi de algum sabido desses que o mundo tem, bom nessas coisas do caminhar, que era bom queimar as pontes para não voltar, seguir em frente, rumo ao bem da gente.

Queimei a ponte, agradecida e feliz, que não voltaria naquele passado. Agradeci o passado. O passado no devido lugar, no passado, no caminhado, sem passagem para que eu voltasse lá. 

Olhei para trás e vi amados ainda lá. Coloquei tábuas, inúmeras vezes. Disse: vem! Não queriam vir. Antes de toda meia-noite passava pela tábua, conversava. Voltava. Retirava a tábua. Seguia um pouco mais. Olhava para trás. Colocava a tábua, convidava. Hoje não convido mais. 

Entendi que é meu caminho. Que tanto a ponte, quanto a tábua só existem no meu caminho. Meus amados estão livres para caminharem suas jornadas. 

Eu entendi que, não basta queimar a ponte, tinha que aprender que era a minha ponte, era o meu caminho, somente meu. 

Agora estou livre para seguir, sem doer no coração, sem colocar tábuas antes da meia-noite.  

Cada um na sua própria direção.

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