Três Vezes

Formas etéreas, efêmeras, frágeis,
esperavam no quarto,
guardadas dentro do incenso,
esperavam transcender.
Esperavam por aquela que sempre vinha...
Por vezes feliz e dançante,
outras,
absorta em qualquer sentimento cinza,
como a suave fumaça que fazia nascer,

com três sopros.
Inspirava amor, expirava gratidão.
Três vezes.

Serenava na serenidade do que transcendia.
Agradecia.

Sentimentos cor da fumaça e percepções indizíveis...
Com qual alma calma poderia partilhar
a simplicidade do rodopiar
pelo quarto
com o incenso
transcendendo?

Era cinza ser sozinha em coisa tão bonita.
Escreveu.

Com três sopros.
Inspirava amor, expirava gratidão.
Três vezes.

                                        (À Letícia Batista)

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