Grande Mãe
Desci com muito cuidado a escada de pedras atapetadas de úmidos musgos.
"Cada passo de uma vez,..." e pensando assim a senti antes de vê-la.
Meu corpo quente foi surpreendido como partícula pela lufada fria de vapor vivo.
Com tamanha energia, a gente tende a procurar de onde vem a sensação de ser pequenino.
A grandiosa presença deixava gotículas multicolores acima de meu olhar.
Meus olhos cuidavam para que meus pés passassem dos musgos para as pedras do rio.
Respirei umidamente as cores da água e só então a vi.
Entendi porque precisamos dar as mãos frente a algo grandioso - união é equilíbrio frente a vertigem.
A água rasa fluindo sobre tantas pedrinhas me diziam que tudo estava bem.
Cada passo naquela fluidez era um carinho recíproco.
Lavou de meus pés passos passados e me conduziu a pedra central do rio. Pedra mirante inverso, porque se observa fora o que dentro mora.
Ela fez dormir com sua paz uma a uma das minhas seguranças, vencendo primeiro as visíveis.
Pensei que se até as minhas seguranças dormiam frente a ela, eu estaria bem.
Estávamos conversadas quanto a isso e podíamos Ser.
Minhas seguranças dormiram no meu colo...
Abandonei-me aos cuidados da Grande Mãe.
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